Desde o segundo semestre de 2014, Alexandre Nero é um dos nomes mais comentados da TV brasileira. Em se tratando de dramaturgia, ele tem sido o maior destaque. E não é para menos. O ator paulista, de 45 anos, vive seu primeiro protagonista na Rede Globo – e logo numa novela das 21h (“Império”). Ele conquistou o público ao interpretar José Alfredo, um herói que carrega uma porção de erros nas costas.
Uma prova de seu sucesso se deu durante o carnaval, quando uma das fantasias preferidas dos homens era justamente a do “Comendador”, título ostentado por seu personagem na novela. O próprio Nero brinca com sua nova fase “galã” nas redes sociais. Aliás, sua presença na internet é um pouco diferente do que vemos com a maioria dos artistas, pelo menos quando o assunto é Facebook. Em um caso raro, seu perfil pessoal é mais seguido do que a fanpage. A vantagem para os fãs é que o próprio ator cuida do espaço e mostra como lida bem com a superexposição.
Entre os motivos para essa tranquilidade está o fato de as coisas terem acontecido naturalmente para Nero. Antes de se tornar o favorito das mulheres, ele construiu uma sólida carreira no teatro, na própria Globo e, principalmente, na música. Sim, quase toda sua trajetória se deu como cantor e compositor, seja solo ou em bandas como Denorex 80 e Maquinaíma. “Eu tenho um respeito tão grande pela profissão de ator, que demorei 20 anos para me autoproclamar profissional de verdade nessa área. Eu já trabalhava com isso há muito tempo, mas não vivia de arte dramática. Eu vivia de música. Sabe aqueles caras que tocam em praças de alimentação? Um deles era eu”, explicou no final de fevereiro em entrevista ao “Domingão do Faustão” (Globo).
O ótimo momento de Nero na televisão acabou chamando a atenção do público para o ofício que ele exerce há mais de duas décadas. Em dezembro, ele já havia participado do especial de fim de ano de Roberto Carlos, cantando “Mulher de 40”. No mês seguinte, sua versão para “Não Aprendi Dizer Adeus”, de Leandro & Leonardo, foi a segunda música mais compartilhada do país no serviço de streaming Spotify. A faixa faz parte do seu nono álbum, “Vendo Amor: Em Suas Mais Variadas Formas, Tamanhos e Posições”, de 2011, cujo repertório é majoritariamente autoral.
As faixas assinadas por Nero carregam letras que apresentam resquícios do humor escrachado dos tempos de Denorex 80, projeto que fazia releituras de sucessos dos anos 80. O trabalho rendeu 12 videoclipes, lançados em um intervalo de apenas 14 meses. Com o fim da maratona de clipes, Nero ainda lançou, em 2013, o DVD “Revendo Amor Com Pouco Uso, Quase Na Caixa”. Em comum, os dois projetos mostram a versatilidade do artista, ao esbanjar talento como cantor e ator.