Cidadã italiana, radicada em
Roma há 26 anos, Lilian Ramos está no Brasil desde dezembro e não testemunhou o
começo da pandemia do coronavírus no continente europeu. “Vim para passar o
Natal, cuidar do inventário da minha mãe e ficaria até o dia 28 de março. Não
tinha nenhum caso ainda. Ninguém poderia imaginar uma tragédia destas”, conta
ela, que agora não poide mais voltar para casa: “Só consegui remarcar passagem
para o dia 15 de junho, pois já estava tudo lotado”.
Em Fortaleza, na companhia do
pai de 92 anos que tem Alzheimer, Lilian tem dividido os dias entre a casa de
300 m2 que possui na capital cearense e os afazeres na rua com hora para
voltar. “Vou ao mercado e à farmácia, tenho a ajuda de cuidadoras para o papai,
estou sendo muito cautelosa, ele já não sai há muito tempo, e também não temos
visitas. Quando saio, lavo bem as mãos ao voltar, uso álcool gel e desinfeto a
casa”, enumera.
Lilian diz que ficou
assustada com as primeiras notícias vindas da Itália e da Espanha, onde mora a
irmã, o marido e dois sobrinhos. “Estão todos em quarentena. Minha irmã
trabalha de casa, meus sobrinhos estudam online. Só meu cunhado, que trabalha
em banco e tem que ir", relata: “Liguei também para o meu porteiro e ele
disse que está tudo bem lá em casa e me avisou que é para eu não voltar, ficar
na praia, porque a coisa lá está feia”.
Fonte: extra.globo.com
Postado por Alceir Lopes