sexta-feira, 3 de julho de 2015

Sertanejos ameaçam boicotar programa de Zeca Camargo.




Desde que Zeca Camargo leu sua crônica no Jornal das Dez, da Globo News, os sertanejos e seus admiradores se reuniram para criar uma espécie de rede de apoio ao gênero. Por conta disso, o jornalista, que criticou a comoção nacional em torno da morte de Cristiano Araújo, tem muito com o que se preocupar. Isso porque o seu novo programa, “É de Casa”, pode ser alvo de um boicote em massa.
A atração está programada para estrear em agosto na Rede Globo, e será exibida nas manhãs de sábado. Dentre suas propostas, o “É de Casa” quer exibir apresentações musicais ao vivo, entre outras coisas. Mas, de acordo com a colunista Cristina Padiglione, do Estadão, os executivos da emissora temem que os sertanejos recusem os convites para aparecer no programa. Além disso, há todas as críticas que o jornalistas recebeu do público geral. Isso, é claro, é péssimo, uma vez que a Globo está cada vez mais apostando no gênero.
Entenda
Um grupo de sertanejos, incluindo Sorocaba, Henrique & Juliano, Israel Novaes e Belutti, entre outros, usou suas redes sociais para se posicionar contra uma crônica escrita por Zeca Camargo e narrada pelo próprio, durante o “Jornal das Dez” (GloboNews), na noite do último domingo (28). O texto do jornalista discorreu, principalmente, sobre a comoção gerada pela morte do cantor Cristiano Araújo.
Entre outras coisas, Zeca questionou a quantidade de pessoas “que não faziam a ideia de quem era Cristiano Araújo e partiram para um abraço coletivo”. O jornalista lembrou outras mortes que causaram comoção parecida, como os casos de Cazuza, Ayrton Senna, Kurt Cobain, Mamonas Assassinas, Princesa Diana e Michael Jackson. “Mas, Cristiano Araújo? Sim, Lady Di, Mamonas, Senna, todos esses eram, guardadas as proporções, ídolos de grande alcance. Como então fomos capazes de nos seduzir emocionalmente por uma figura relativamente desconhecida?”, diz.
Segundo Zeca Camargo, a explicação está na “pobreza da alma cultural brasileira”. “Aos nos mostrarmos abalados com a ausência de Cristiano, acreditamos estar, de fato, comovidos com a perda de um grande ídolo. Todos sabemos que não é bem assim. O cantor talvez tenha morrido cedo demais para provar que tinha potencial para se tornar uma paixão nacional, como tantos casos recentes”, questiona o jornalista. “Nossa história musical e mesmo o passado recente prova que temos tudo para adorarmos ídolos de verdade e para chorar de verdade, seja pela presença deles no palco, ou na saudade da perda”, conclui.