quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Padre Marcelo Rossi disse: "Estou com a saúde perfeita e com peso normal. Antes estava era inchado"

Quando apareceu no último domingo (12), no Fantástico, acompanhando a procissão do Círio de Nazaré, em Belém (PA), o padre Marcelo Rossi causou vários comentários nas redes sociais sobre sua aparência e saúde. O religioso, que no final do ano passado admitiu ter distúrbios alimentares e feito uma dieta à base de alface, cebola e hambúrguer, agora garante estar com a saúde plenamente recuperada e com seu peso normal. “Antes, eu estava inchado”, disse.

Padre Marcelo teve um princípio de anorexia e algo que ele chama de uma “quase depressão” que ele garante já ter superado. Prova disso é seu mais recente trabalho, o CD “O Tempo de Deus”, que já está nas lojas e traz canções inéditas, todas de sua autoria.

Nelas, o religioso canta as dores e a superação do período difícil que viveu desde o final do ano passado. Ele também prepara para o ano que vem o livro “Filia”, em que vai abordar 14 males destrutivos aos seres humanos.

Após anos fazendo sucesso com regravações e músicas de outros cantores, o senhor traz um disco todo autoral. Por que essa mudança de fórmula?

Gosto de desbravar. Nesse CD eu fiz uma pesquisa e descobri que as pessoas que me acompanham são em sua grande maioria da classe C. Sentei com a Sony e lancei uma proposta que no início eles foram contra. Expliquei que seria o autor das músicas e que eu renunciaria aos direitos de autor para que o CD saísse a R$ 9,99. Ainda vou ganhar um dinheiro como intérprete. Esse dinheiro não vai para mim, vai para a capelinha do santuário, que vamos construir para ter as missas diárias, porque o santuário é muito grande. Esse CD mexe contra a depressão. Ano passado não cheguei a ter depressão, mas foi quase lá. Quando a gente falava em depressão muita gente pensa que é frescura. E não é. É uma sensação que muitas vezes você não tem explicação e te abate. E não foi tratamento com psicólogo não. Quando dei entrevista para o Fantástico, no ano passado, estava muito mal, muito magro e havia feito uma dieta maluca. Tudo isso me fez mal. As férias e a oração me levaram a compor essas músicas e poder ajudar as pessoas que muitas vezes passam por um estágio depressivo.


Que momento da sua vida o disco retrata?
Um tempo em que tomei consciência que eu não sou mais jovem biologicamente e um momento de uma busca mais interior. Para que eu não caísse realmente em depressão, tive que buscar a Deus através da oração. Esse CD reflete a minha luta e vitória através da música que eu relato e vou poder ajudar muitas pessoas tristes. As letras falam muito. Esse valor de R$ 10 para atingir a todos. A depressão é o mal do novo milênio e atinge até crianças. Não é frescura. Muitas vezes é uma carência que só Deus pode suprir.

Ano passado o senhor falou sobre essa quase depressão e a dieta maluca. No domingo, o senhor apareceu no Fantástico novamente e surgiram novos comentários. Como está a saúde?
Agora eu estou bem. A saúde está perfeita. Eu quebrei a perna, fraturei a coluna e tomei muito anti-inflamatório e estava comendo muito. O anti-inflamatório provoca retenção de líquidos então cheguei a 128 quilos. Tenho 1,95 e estava bem inchado. Fui fazer uma dieta e exagerei. Caí para 60 quilos. Foi aí o grande perigo e quase tive depressão. Agora estou no meu peso como sempre estive, como no filme “Maria a mãe do filho de Deus”, em 2002, com 80 e poucos quilos. Estou tão bem que não só fiz o CD, mas ano que vem lanço o livro.

Hoje o senhor faz algum tratamento?
Meu tratamento é esteira. Faço dez quilômetros todo dia. Tomei essa consciência sozinho. Eu estava emagrecendo e não me via magro, estava com princípio de anorexia. A pessoa quando toma consciência é a libertação dela. Me dei conta e caí fora.

O senhor não chegou a tomar antidepressivo?
Nunca. Se tivesse tomado eu falaria, não teria motivo para esconder.

Recentemente foi noticia que o Vaticano estaria investigando o senhor. Como o senhor se sentiu na época, e depois com essa situação revelada? Isso contribuiu para o processo de quase depressão?
Sinceramente, vou ser honesto. Eu não sabia. Pode ser até que seja verdade, não estou descartando. Falei com meu bispo: se teve ou não, estou tranquilo. As pessoas são terríveis para falar dos outros. Eu fui pioneiro, entrei sabendo que haveria muitas críticas. Até então, o Padre Zezinho fazia música, mas não ia muito para o mundo fora da igreja, optou pela mídia católica e eu fui um desbravador. E ele ficou bravo comigo no começo. Eu disse, padre, eu o respeito, mas eu vou pela mídia não católica. E fiz questão de gravar músicas evangélicas. Agora faço questão de gravar músicas minhas.

O senhor mesmo admitiu que sofreu com essa superexposição, com estar na mídia o tempo todo, como a falta de privacidade...
Eu não posso fazer nada. Graças a Deus eu não devo nada. Financeiramente as pessoas perguntam, é só você olhar o santuário que vai ver para onde foram os milhões que eu arrecadei. Era para ser milionário. Em outro plano, você vai a qualquer lugar é conhecido, você vai no hospital – e tive que ir recentemente meu tio teve um problema – fui de madrugada. Não tem como. As pessoas te veem e você tem que ter amor, tratar com carinho. Não é fácil lidar com isso. Isso tudo também mexeu comigo. Pode ser também um dos fatores que me levaram a ter essa sensação que me deixou mal, mas que graças a Deus foi superada.

Avaliando as consequências da fama, o senhor faria algo diferente?
Faria tudo igual novamente. Porque não fui eu. Não programei nada. Estou aqui para servir Jesus. Vou agora há vários programas de TV com o mesmo ardor missionário da primeira vez.

Uma das músicas fala que o sofrimento o tornou alguém melhor. O que o senhor aprendeu com ele?
Que somos muito mesquinhos e egoístas, olhamos muito para o nosso próprio umbigo e muitas vezes a depressão leva você a ter um olhar pessimista. É a história do copo meio cheio ou meio vazio. Tudo depende da interpretação da pessoa. Diante do problema é preciso ter atitude positiva e com essa atitude você vencer.

O senhor pensou em desistir?
Nunca. Imagina! Eu amo o que faço. E faço com mais ardor. Deus permitiu que eu passasse por uma situação para entender as pessoas porque eu como muita gente, tinha mania de julgar as pessoas como frescura. Hoje eu entendo porque passei por essa dor.

Hoje há uma proliferação de padres cantores, como o senhor avalia isso?
É uma alegria. Que venham. Mas que tenham foco, porque se perder foco não é fácil. Sei o que é isso, o que é perder a liberdade e não é fácil. Tem que levar uma vida muito centrada. Qualquer coisa errada a mídia pega. Se fosse baladeiro, alguém ia filmar e estaria no YouTube, você tem que viver aquilo que você crê. Não paro. Saio só que em horário diferente. Quando eu tenho que sair eu uso a madrugada. Em São Paulo você não caminha, fica duas horas no trânsito. De madrugada você caminha, mas ainda assim, duas três horas da manhã ainda está uma loucura e não tem dia. Eu exerço meu trabalho.


Quais são os planos do senhor para o futuro?
Vou fazer todos os programas de televisão para divulgar o CD e para isso tem que estar bem de saúde, como eu estou. Prova disso é que eu fui em Belém do Pará, pela primeira vez no meio daquela multidão. Estou todo arranhado. As pessoas querem me tocar, literalmente. Ano que vem teremos o livro. O Ágape vendeu mais de 10 milhões, é o mais vendido tirando a Bíblia, e ajudou a fazer o santuário. Com esse novo livro, toda terça-feira vamos fazer dedicatória, passar por 60 cidades do Brasil e também nos EUA.

Fonte: Gazetaonline