Neusa Borges: “Se não fosse a Bruna Marquezine, eu estaria passando fome”

Mais uma vez assombrada pelo fantasma do desemprego, que desta vez a persegue por dois anos, Neuza Borges sobrevive graças às vendas feitas em um brechó, que abriu em Salvador, onde fixou residência.

A atriz contou à coluna Retratos da Vida, do jornal Extra, que conseguiu este feito graças à solidariedade de dona Neide e a filha, Bruna Marquezine, que sensibilizadas com a difícil situação da artista baiana, doaram uma grande quantidade de roupas para que Neuza pudesse abrir a loja.

"Se não fosse a Bruna Marquezine e a mãe dela, eu estaria passando fome. Sou muito grata a tudo que ela fez por mim", disse a atriz, emocionada, ao jornal.

Bruna e Neuza se conheceram durante as gravações da novela América, exibida na Globo, e voltaram a contracenar juntas em Salve Jorge, mais recente trabalho da atriz de 74 anos.

"Sempre que uma novela acaba, eu fico cinco, seis anos passando por dificuldades. Cansei de ir a programas de televisão dizer que estava passando fome, que precisava trabalhar. Montei essa loja para sobreviver", explicou Neusa.

Dira Paes e Aimée Madureira, além de amigos, familiares e anônimos, também fizeram doações.

"São roupas boas, seminovas, nada de quinquilharias... E a preço de banana. Uma peça que custa R$ 2 mil na loja, aqui eu vendo por R$ 250. A loja faz mais sucesso com os turistas".

Neusa contou ao jornal Extra que, com o lucro das vendas, paga o aluguel do espaço onde o brechó funciona, quita as contas e faz supermercado uma vez por semana. Ela trabalha sozinha no espaço, batizado de Brechó de La Borges.

"O que eu recebo com as vendas, não chega perto do salário que eu ganho quando faço uma novela, mas, graças a Deus, está dando para sobreviver. Eu queria muito trabalhar, fazer novelas, mas é muito difícil nesse país escreveram personagens para pessoas negras da minha idade".